Nome do projeto | Avaliação do impacto da área de produção aquícola da Armona no ecossistema costeiro e comunidades locais | |
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Entidade financiadora | PROMAR – Programa Operacional Pesca 2007-2013 | |
Líder do projeto | Instituto Português do Mar e da Atmosfera (ex. IPIMAR) | |
Responsável projeto | Miguel Caetano e Miguel Neves dos Santos | |
Descrição | A área de produção aquícola em mar-aberto na zona costeira sul de Portugal, localizada em frente à ilha da Armona foi regulamentada em 2008. Assim foram estabelecidas as regras fundamentais para implementação de áreas de produção aquícola em águas costeiras e territoriais do continente, bem como as condições gerais a observar por parte dos operadores económicos que executarão as suas atividades nesta área. O estabelecimento da área-piloto de produção aquícola da Armona (APAA) despertou interesse de diversos operadores económicos que se propuseram a desenvolver atividades aquícolas. No entanto, o enquadramento económico em Portugal revelou-se desfavorável à implementação desta atividades. No período referente à execução deste projecto estiveram a operar na APAA em pleno duas empresas, uma armação de tunídeos e outra de cultura marinhas de bivalves. Até ao momento não estão a operar empresas de piscicultura que têm adstrito 70% da área total da APAA. O projeto IAPAA surgiu com o objetivo de avaliar o impacte ambiental das atividades aquícolas desenvolvidas na área piloto de produção aquícola da Armona. A reduzida implantação de estabelecimentos aquícolas na APAA limitou a avaliação do impacte ambiental destas atividades. No entanto, este estudo permitiu conhecer as condições de ambientais que serão referência para o desenvolvimento da APAA na sua máxima capacidade. O conhecimento da variabilidade dos períodos de interdição da apanha e captura de moluscos bivalves é um fator relevante para a avaliação da viabilidade económica das empresas de culturas marinhas de bivalves. A extensão destes períodos, que varia em função das espécies de bivalves cultivadas, é um valioso indicador para a estratégia comercial das empresas. Esta informação foi também relevante do ponto de vista científico porque permitirá direcionar a investigação no sentido de apoiar o setor nomeadamente no estudo das cinéticas de acumulação e eliminação de toxinas nas espécies de bivalves. A dimensão da atividade económica na APAA não causou efeitos mensuráveis na textura do sedimento provavelmente porque não se estabeleceu produção de peixes. Esta tendência é extensível à avaliação da contaminação ambiental, embora a alteração da concentração de alguns metais e de compostos orgânicos de origem antropogénica torne relevante a avaliação do aumento da produção na acumulação de contaminantes no sedimento de fundo. As condições oceanográficas favoráveis na zona da APAA, aliadas à referida baixa implementação de operadores não provocaram desequilíbrios mensuráveis na macrofauna bentónica. Contudo salienta-se que com a implementação de outros modos de aquicultura na APAA é expectável um aumento da carga orgânica, com os consequentes efeitos ambientais que daí possam advir. O acompanhamento das atividades de aquacultura na APAA é crucial para avaliar o impacto ambiental e implementar medidas de gestão que permitam diminuir os efeitos ambientais deletérios em situações futuras, tendo em conta o conhecimento de outros casos de estudo. Um dos aspetos positivos do desenvolvimento da APAA foi evidenciado com o aumento da biomassa e biodiversidade ictiológica no seu interior funcionando como uma Área Marinha Protegida. A interdição da pesca comercial na APAA poderá ter um efeito de proteção para espécies pelágicas e bentónicas. Porém não se conhece o efeito ambiental do aumento da atividade económica na APAA pelo que a realização de um estudo mais aprofundado sobre as comunidades ictiofaunísticas nesta área será pertinente. O estudo do impacto socioeconómico da implementação da APAA mostrou que embora houvesse perda de área de pesca e acrescidas dificuldades de navegação, o aumento de biomassa e biodiversidade de espécies na vizinhança desta área poderá compensar os pescadores que aí operavam anteriormente à criação da APAA. No entanto, existem riscos de intrusão nesta zona que devem ser reduzidos ou mesmo anulados. | |
Data de início | 2009-01-01 | |
Data de fim | 2014-12-31 | |
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