2016-12-13 (IPMA)
O mais recente programa do IPMA, o GelAvista, junta a população Portuguesa à comunidade científica na recolha de dados sobre organismos gelatinosos.
O GelAvista é um programa de ciência cidadã, lançado em Fevereiro de 2016, que, desde então, conta com a colaboração de mais de 50 voluntários e, já registou a presença de organismos gelatinosos de várias espécies, em toda a costa de Portugal.
O GelAvista pretende envolver a comunidade no desenvolvimento da ciência, colmatando assim a falta de conhecimento em Portugal sobre os organismos gelatinosos. Este programa ambiciona reunir informação acerca destes animais, recorrendo à participação de toda a população que frequenta as zonas costeiras - praias, estuários, rios, marinas, e outros - durante as suas atividades de lazer (passeio à beira mar, mergulho, vela, surf, etc.) ou atividades profissionais (por exemplo recolha nas redes de pesca).
Antonina dos Santos, a coordenadora deste programa, explica que “apesar das medusas serem dos organismos mais conhecidos, este grupo engloba animais muito diversos que partilham uma importante característica: o seu aspeto gelatinoso. Por apresentarem uma ecologia e biologia muito complexas são difíceis de estudar. Em Portugal, pouco se sabe sobre a diversidade, distribuição ou dinâmica das populações de gelatinosos, apesar de serem ocasionalmente avistados na nossa costa.”
Toda a informação que possa ser recolhida voluntariamente por observadores ocasionais tem, por isso, grande importância para o desenvolvimento de estudos conclusivos acerca deste grupo de organismos. Os primeiros meses de programa já permitiram perceber algumas tendências na distribuição e dinâmica de populações de algumas espécies. No entanto, Antonina dos Santos ressalva que “estes organismos têm ciclos de vida complexos, com padrões de abundância e distribuição altamente variáveis ao longo do tempo. Como tal, a manutenção e desenvolvimento do programa GelAvista é crucial para a contínua monitorização e compreensão das populações de gelatinosos na costa portuguesa. Toda a informação é importante e até mesmo fotografias antigas poderão fornecer dados muito úteis.”
Para os cidadãos participarem, basta que enviem a informação do avistamento - data, local, número de organismos e fotografia, sempre que possível - para o email plancton@ipma.pt.
No website oficial do IPMA (www.ipma.pt) e na página do Facebook do programa (https://www.facebook.com/GelAvista-1040242599378331/), encontram-se folhetos informativos com as espécies mais prováveis de ser avistadas nas nossas águas, informação acerca da biologia e ecologia destes organismos, e informação sobre os procedimentos de primeiros socorros a seguir em caso de ser picado. Na página do Facebook é também regularmente publicada informação relacionada com a investigação nacional e internacional sobre estes organismos, bem como novidades acerca do GelAvista e seus resultados.
Sobre tudo isso irá debruçar-se o 1º Encontro GelAvista que vai ter lugar no próximo dia 17 (sábado) pelas 10 h no edifício do IPMA – Algés e que vai reunir pela primeira vez, os responsáveis do programa com os seus colaboradores espalhados por todo o país para, entre outras coisas, apresentar os primeiros resultados.