2025-10-03 (IPMA)
O IPMA participou na Noite Europeia dos Investigadores (NEI), em Ponta Delgada, a 26 de setembro, com investigadores convidados pelo Observatório Astronómico de Santana.
Os meteorologistas Fernanda Carvalho, da Divisão de Clima e Alterações Climáticas, e Diamantino Henriques, do Departamento de Meteorologia e Geofísica, apresentaram um tema relacionado com a Atmosfera num contexto de Mudança Climática.
Transcrevemos uma parte da apresentação dos meteorologistas: "Observando os vizinhos planetas do nosso sistema solar, apercebem-nos de algo muito importante relacionado com o limite inferior ou base das suas atmosferas. Se em Mercúrio e Vénus há uma nítida separação entre o gás acima e o planeta sólido, nos designados planetas exteriores (Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno) não existe uma fronteira claramente definida: estes planetas são quase exclusivamente compostos por hidrogénio e hélio à semelhança do Sol.
Assim, quando falamos da atmosfera destes planetas, referimo-nos a regiões mais exteriores dos mesmos. Na Terra, a situação complica-se devido à presença dos oceanos. Já não é suficiente dizer que a base da atmosfera é a superfície do mar ou da terra, porque existe uma contínua troca de matéria, energia e momento entre o mar e o ar acima dele. Estra troca torna o comportamento de cada um dependente, em alguma magnitude, do comportamento do outro. Esta é a razão pela qual muitas vezes se considera a atmosfera e o oceano como parte do mesmo sistema físico.
O Programa Espacial da Organização Meteorológica Mundial (OMM) desempenha um papel crucial na coordenação e disseminação global dos resultados das observações espaciais do estado da atmosfera e do oceano. A bordo dos satélites são transportados diversos instrumentos de grande precisão que fornecem dados fundamentais para a monitorização da Atmosfera Global e, particularmente, para a previsão meteorológica e para a monitorização do clima.
Assim, a informação satélite, conjuntamente com a de outros instrumentos instalados na superfície do globo, contribui objetivamente para o cálculo de diversos indicadores que incluem temperaturas globais, concentração de gases com efeito de estufa, quantidade de calor dos oceanos, subida do nível do mar, acidificação dos oceanos, gelo marinho do Ártico e do Antártico, placa de gelo da Gronelândia, glaciares, cobertura de neve, precipitação e ozono estratosférico, e para o conhecimento dos principais fatores da variabilidade climática interanual, incluindo o El Niño - Oscilação Sul e outros índices oceânicos e atmosféricos.
O primeiro satélite meteorológico chamava-se TIROS e foi lançado em abril de 1960. Atualmente, existem 322 satélites e 93 agências ou organizações espaciais que operam um ou mais satélites de observação da Terra."
No ambito da NEI, o IPMA esteve também presente no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, com um grupo de investigadores (ler no link abaixo).
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