Sismo e tsunami na Rússia
2025-07-30 (IPMA)
Ontem, dia 29 de julho, ocorreu um grande sismo que atingiu a região da península de Kamchatka na Rússia. Este terramoto ocorreu às 23:24 UTC, com magnitude Mw8,8 [Mw- magnitude momento], latitude 52,56°N e longitude de 160,16°,e a uma profundidade de cerca de 21 quilómetros (fonte: Geological Survey/National Earthquake Information Center - USGS/NEIC).
Este sismo ocorreu como resultado de uma falha inversa superficial, na zona de subducção sismicamente ativa de Kuril-Kamchatka.
O maior sismo registado na secção de Kamchatka da zona de subducção foi um sismo de magnitude 9,0 em 1952. O epicentro de 1952 encontra-se a menos de 30 quilómetros do epicentro de 29 de julho de 2025, sendo que o sismo de 1952 rompeu 600 quilómetros da interface da zona de subducção a sudoeste (Johnson e Satake, 1991).
O sismo de Kamchatka ocorrido a 29 de julho, é o maior evento global desde o sismo de magnitude 9,0 em Tohoku, no Japão, em 2011, e está entre os dez maiores sismos globais desde 1900. O evento de magnitude 8,8, ocorrido ontem, é o mais recente de uma sequência de sismos ocorridos na costa da península de Kamchatka, que começou 10 dias antes.
Antes do sismo de magnitude 8,8, ocorreram 50 sismos de magnitude 5,0+, incluindo um sismo de magnitude 7,4 no dia 20 de julho e três sismos de magnitude 6,6. De acordo com o catálogo do NEIC até às 11 horas UTC de hoje, dia 30 de julho, ocorreram 3 réplicas superiores a magnitude 6,0 e 57 de magnitude superior ou igual a 5, das quais 39 foram registadas pela rede sísmica do IPMA.
Este sismo gerou um tsunami que se propagou pelo Pacífico (ver a simulação numérica do tsunami na imagem). As ondas atingiram 1,7 metros num marégrafo do Havai e 1,3 metros em Kujiko (Japão).
É de notar, que os impactos, tanto do sismo, como do tsunami, são limitados ao oceano Pacifico e, como tal, não terão impacto à zona do Oceano Atlântico, onde o território português se encontra situado.
Imagens associadas
Imagem da simulação numérica do tsunami no Oceano Pacífico
Imagem dos registros efetuados em seis estações sísmicas (cinco no continente e uma na Madeira)
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