2025-12-15 (IPMA)
Hoje, dia 15 de dezembro, pelas 09h39m (UTC), ocorreu um sismo de magnitude local M3,5 (escala de Richter), com epicentro a cerca de 10 quilómetros a sul de Évora e uma profundidade estimada de 19 quilómetros. Não tendo causado danos, foi sentido com intensidade máxima IV na Escala de Mercalli Modificada (MM56) em diversas localidades do concelho de Évora.
Decorrida a primeira hora pós-sismo, tinham já sido rececionados no IPMA, através do questionário macrossísmico online, mais de 150 testemunhos referenciando os efeitos deste sismo.
No dia 13 de dezembro, pelas 00h38 (UTC), ocorreu um outro sismo de magnitude local M4,1 (escala de Richter), com epicentro localizado a cerca de cinco quilómetros a Sudoeste de Celorico da Beira e hipocentro a 22 quilómetros de profundidade.
Estes dois eventos ocorreram em zonas sismogénicas diferentes, pelo que não é possível estabelecer correlação entre ambos.
O sismo do dia 13 de dezembro também não causou danos, tendo sido sentido com intensidade máxima IV/V (escala de Mercalli modificada) nos concelhos de Celorico da Beira, Guarda, Manteigas, Seia (Guarda), Arganil, Oliveira do Hospital, Tábua (Coimbra), Moimenta da Beira, Nelas, Penalva do Castelo, Sátão, Tarouca e Viseu (Viseu) e da Covilhã (Castelo Branco). Em diversas outras localidades numa vasta área, até 150 Km do epicentro, abrangendo os distritos de Aveiro, Bragança, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Porto, Santarém, Vila Real e Viseu, foi sentido com menor intensidade.
Decorrida a primeira hora pós-sismo, tinham já sido rececionados no IPMA mais de 900 testemunhos, através do inquérito macrossísmico online, totalizando cerca de 1400 depois das primeiras 24 horas.
O mecanismo focal indica que o sismo foi gerado por uma compressão horizontal com orientação noroeste-sudeste (NO-SE), sendo expectável ter tido origem numa falha sub-vertical com orientação NNE-SSO. O mecanismo de movimento será de desligamento, ou seja, movimentação relativa horizontal ao longo duma falha quase vertical. Este mecanismo é compatível com o sistema de falhas da Vilariça, correspondente a uma estrutura tectónica que se estende por mais de 250 quilómetros desde Sanabria, Espanha, atravessa o Nordeste de Trás-os-Montes e termina na zona de Manteigas/Unhais da Serra.
O sismo em causa foi o maior dos últimos 51 anos, numa zona onde a sismicidade não é tão frequente como noutras do Continente. Ainda assim, esta área registou ao longo da história alguns sismos com impacto. Em particular, há a considerar o sismo de 1858, com epicentro próximo da Torre de Moncorvo, cerca de 70 quilómetros para NNE do atual, e que terá tido uma intensidade máxima de VII (MM56) na zona epicentral.
Nas primeiras 24 horas ocorreu uma réplica de magnitude inferior a 1.0, apenas registada instrumentalmente e que não foi sentida pela população, sendo expectável que outras possam ocorrer nos próximos dias.
O IPMA está a acompanhar a situação, podendo ser emitidos novos comunicados caso se justifique.
Mais informação poderá ser consultada no sitio web do IPMA e na aplicação sismos@IPMA.
Imagens associadas

Shakemap do sismo do dia 13 de dezembro

Imagem dos registros efetuados em quatro estações sísmicas (sismo do dia 15 de dezembro).