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Sardinha – Sardina pilchardus

Sardinha (Sardina pilchardus)

EN - European pilchard (=Sardine); FR - Sardine commune, SP - Sardina europea

NL- Europese sardine; DE- Sardine

A sardinha é um peixe pelágico que vive em grandes cardumes a profundidades compreendidas entre os 25 e os 100 metros, migrando até aos 10-35 metros durante a noite. Alimenta-se principalmente de crustáceos planctónicos, microalgas e ovos, através de filtração passiva e/ou predação activa. De rápido crescimento, esta espécie tem uma longevidade máxima de 15 anos podendo atingir os 27,5 cm de comprimento. Reproduz-se junto à costa produzindo entre 50.000 a 60.000 ovos com um diâmetro médio de 1,5 mm. A sua distribuição geográfica compreende a faixa costeira do Atlântico Nordeste, desde o Senegal ao Mar do Norte, incluindo o Mar Mediterrâneo e Mar Negro.

A pesca e consumo de sardinha na Península Ibérica remota o tempo dos Fenícios e Romanos, durante o qual esta espécie era pescada, salgada e distribuída por todo o território europeu. No século XIX a indústria conserveira foi introduzida em Portugal, sendo a sardinha uma das espécies mais utilizada neste processo de conservação e comercialização. Em 1938, Portugal produziu 40 mil toneladas de sardinhas, quantidade esta que sofreu um redução gradual até os tempos actuais. Actualmente os stocks de sardinha encontram-se muito fragilizados devido a vários factores, entre eles a pesca para satisfazer o crescente consumo. Biólogos e políticos procuram soluções para garantir uma pesca sustentável deste recurso através da regulamentação da pescaria e o aumento do conhecimento biológico desta espécie.

Investigação

A sardinha tem sido um dos mais importantes objectos de estudo pelas divisões de recursos pesqueiros do IPMA, principalmente a partir de 1996 quando se iniciam as campanhas de avaliação de stocks. A recolha anual de dados é coordenada pelo ICES e Programa Nacional de Amostragens Biológicas integrado no Programa Europeu de Recolha de Dados de Pesca.

Em 2005 iniciaram-se na EPPO os primeiros trabalhos com sardinha em cativeiro no âmbito do projecto SARCAPT e de uma tese de doutoramento.

O principal objectivo deste projecto foi avaliar o potencial de sobrevivência da sardinha rejeitada durante a pesca com cerco pelágico, através do estudo de factores físicos e fisiológicos.

Sardinha (Sardina pilchardus) Fig.1: Sardinha (Sardina pilchardus)

Neste período, dada a fragilidade da sardinha foram desenvolvidas técnicas específicas para a captura e transporte de sardinhas selvagens de modo a minimizar a mortalidade. Ao manter esta espécie em cativeiro foi possível aprofundar o conhecimento em termos da sobrevivência, resposta comportamental e impacto físico e fisiológico (stress), em diversas simulações de pesca, realizadas em ambiente controlado. Adicionalmente foi também estudada a capacidade de reacção da sardinha à predação ocorrida após rejeição/libertação na pesca de cerco.

Mais recentemente a EPPO adquiriu novos exemplares de sardinha selvagem que se encontram já totalmente adaptadas ao cativeiro. Alimentadas com ração comercial, estas sardinhas têm apresentado um crescimento rápido e uma baixa taxa de mortalidade. Análises recentes mostram alterações ao nível do teor dos lípidos presentes na composição do tecido muscular, durante o primeiro ano de cativeiro, mas dentro dos parâmetros normais para a espécie.

Trabalhos futuros pretendem obter mais informação acerca das necessidades nutritivas das sardinhas, compreender o ciclo reprodutivo e aprofundar os conhecimentos sobre o seu comportamento físico e fisiológico em cativeiro.