O pescado apresenta inúmeros benefícios para a saúde dos consumidores. No entanto, pode ser igualmente uma fonte de contaminantes ambientais com potencial impacto na saúde pública. Atualmente existe pouca informação disponível sobre contaminantes químicos não regulamentados em pescado, nomeadamente disruptores endócrinos, produtos farmacêuticos e de higiene pessoal, toxinas de microalgas nocivas, lixo marinho e substâncias químicas associadas. Assim, o projeto ECsafeSEAFOOD pretende encontrar evidências científicas para desenvolver medidas ambientais e definir políticas nas áreas da saúde e segurança alimentar. Neste sentido, é importante estabelecer uma relação entre a presença de contaminantes químicos ainda não regulamentados nos produtos de pesca e aquacultura e a sua implicação na saúde dos consumidores, como resultado da contaminação do meio marinho por produtos químicos.
O projeto ECsafeSEAFOOD compreende oito atividades (WP):

• WP1. Base de dados e seleção dos contaminantes químicos relevantes não regulamentados – criar uma base de dados sobre os contaminantes, recorrendo à informação relevante disponível na literatura e programas de monitorização, tendo em vista a avaliação do risco associado ao consumo de pescado.
• WP2. Monitorização dos contaminantes químicos não regulamentados em produtos da pesca - monitorizar a presença de contaminantes no ambiente e em organismos marinhos, de modo a selecionar os que podem representar um perigo para a saúde pública.
• WP3. Avaliação do risco associado à exposição dos consumidores aos contaminantes relevantes e implementação de estratégias de mitigação para reduzir os riscos na saúde pública – avaliar o efeito do processamento/confeção culinária na concentração dos contaminantes relevantes presentes nos produtos da pesca e aquacultura, bem como os riscos para a saúde pública, com base em modelos probabilísticos. Desenvolver medidas de mitigação para que os gestores de risco possam atenuar os riscos para os consumidores, tais como o processamento, fitorremediação (i.e. uso de algas na remoção de poluentes), elaboração de linhas de orientação e ferramentas informáticas que permitam calcular o risco associado ao consumo de pescado.
• WP4. Desenvolvimento de métodos de deteção rápida para os contaminantes relevantes nos produtos da pesca desenvolver, validar e fornecer novas metodologias para a deteção dos contaminantes relevantes em produtos da pesca e aquacultura, de forma fácil e rápida. Otimizar métodos para a deteção e quantificação de toxinas emergentes provenientes de microalgas nocivas.
• WP5. Toxicidade de contaminantes químicos relevantes para a saúde pública – determinar os efeitos tóxicos dos contaminantes químicos relevantes na saúde humana.
• WP6. Efeito da transferência de contaminantes relevantes do meio ambiente marinho e das alterações climáticas para o pescado – estudar o efeito da transferência dos contaminantes químicos relevantes entre o meio ambiente e os organismos marinhos, tendo em conta o efeito das alterações climáticas.
• WP7. Divulgação, transferência de conhecimentos e gestão dos direitos de propriedade intelectual – selecionar as informações/resultados a divulgar junto dos consumidores e público em geral em cooperação com gestores de risco, de modo a reduzir os riscos para a saúde pública. Confirmar/rever os limites máximos de referencia Europeus para os contaminantes químicos que representam risco para os consumidores, e para os quais ainda não exista legislação, ou a informação seja insuficiente.
• WP8. Gestão do Projeto - assegurar a implementação de práticas de gestão adequadas, tentando estabelecer uma cooperação entre a investigação e a indústria para o desenvolvimento de novas ferramentas que permitam assegurar uma maior confiança dos consumidores relativamente à segurança do pescado.

O consórcio do projeto ECsafeSEAFOOD é composto por 18 instituições de nove países da União Europeia (Bélgica, Dinamarca, Eslovénia, Espanha, França, Irlanda, Itália, Países Baixos e Portugal) e um país associado (Noruega). Todos os parceiros foram selecionados com base na sua experiência e competência, de modo a gerar uma parceria equilibrada, necessária para a realização de um projeto multidisciplinar como o ECsafeSEAFOOD.